A equipe do projeto CUREMA viajou para a capital federal brasileira, Brasília, entre os dias 18 e 22 de março.

O principal objetivo dessa missão foi a realização de uma reunião científica internacional do projeto, que ocorreu de 20 a 22 de março de 2024. O workshop juntou equipes científicas e institucionais da França, do Brasil e do Suriname, bem como parceiros internacionais, em especial dos Estados Unidos e da Bélgica, envolvidos na luta para eliminar a malária em populações de difícil acesso.

O workshop foi realizado um ano após o lançamento das primeiras inscrições no projeto. Esses 12 meses foram uma oportunidade de confrontar a realidade do terreno com as hipóteses formuladas quando o projeto foi concebido.
Assim, o principal objetivo do seminário era apresentar um panorama do projeto no meio do caminho, determinar as próximas etapas à luz das atividades do primeiro ano e refletir sobre como avaliar a intervenção.

Apesar de as linhas gerais da avaliação do projeto CUREMA já terem sido definidas no protocolo do estudo, o contexto epidêmico – com um aumento no número de casos de malária – e os desafios diários da implementação da intervenção fizeram com que novos caminhos de avaliação tivessem que ser considerados para que o projeto pudesse responder com precisão às perguntas feitas pelas atividades no campo, pelos decisores e pelos cientistas. Esse workshop científico participativo internacional, que adotou uma metodologia multidisciplinar, proporcionou uma oportunidade de refletir coletivamente sobre as formas de enriquecer e desenvolver a estratégia de avaliação do projeto CUREMA.

As principais questões abordadas durante o workshop foram as seguintes:

  •    Reflexão coletiva sobre a teoria da intervenção e as mudanças necessárias em seu modelo conceitual;
  •    Identificação de indicadores para avaliar o impacto epidemiológico da intervenção, além do outcome principal definido no protocolo;
  •    Destaque dos aspectos da implementação dessa intervenção complexa que precisam ser analisados com vistas a um possível aumento de escala;
  •    Propor indicadores adicionais para avaliar a eficácia da intervenção com base em critérios de avaliação “proximais” (por exemplo, mudanças de comportamento).

Para responder a essas perguntas, o workshop foi estruturado em grupos de trabalho, constituídos de acordo com a língua materna (ou mais acessível) dos participantes, e utilizou métodos de participação e inteligência coletiva, como brainstorming coletivo, “chapeaux de Bono” (chapeus de Bono) ou o método 3C (“Conserve, Cesse, Create”).

A diversidade dos participantes envolvidos nesse seminário abriu novas perspectivas sobre avaliação e parcerias e realmente injetou um novo ímpeto no projeto.

Durante essa viagem, a equipe do projeto também teve a oportunidade de apresentar os projetos Malakit e Curema ao representante de ciência e tecnologia da Embaixada da França, bem como as parcerias frutíferas com as partes interessadas brasileiras (Fiocruz, DPAC, Ministério da Saúde).

Durante a mesma semana, a equipe também teve a oportunidade de realizar reuniões de trabalho com a equipe do programa de eliminação da malária do Ministério da Saúde, com vistas a um possível piloto de uma estratégia “Malakit” implantada em áreas de garimpo ilegal de ouro no Brasil.